sábado, 20 de agosto de 2011

Pura flor de vento gris



O silêncio do irrespondível é o ópio de um coração corrompido pelas doçuras de um tempo que não escorre entre as vísceras. Destilar o veneno das entrelinhas entre as cavas veias do passado terno, faz-me correr o risco de sugar o sublime do mundo em pupilas de cobre e sorrisos glaciais.
Enquanto cada vértebra aninha-se em postura de desconforto, o peito desalinha a nuance dos penares vivos por mil teclas de perdão.
Quando a vertigem torna-se súbita pela sua própria força e instantaneidade, abro as brechas para ver além de mim. Lá fora o tempo desmorona-se em brisas compostas de âmbar, vanilla, sândalo, fava, anis e madressilva. Aqui dentro, o vão momento sucumbe do impressentido volto logo.
Há tanta vida na vida que me admira o medo de viver viva aquilo que se viveria uma vida toda.
De que adianta vencer guerras se a paz não é declamada como triunfante?
A sorte é de que o tempo tende a temperar novas manhãs. Novos gritos. Novas poesias. Novas alegrias.
E quem sabe, um novo e velho você.


5 comentários:

Anônimo disse...

Amei o texto, super bom. Você tem talento com as palavras.
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Rosa Cristina disse...

Super lindo seus textos *-*

Gabi F disse...

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Anônimo disse...

De que adianta tentar a ansia pelos enigmas das origens pré contextuais em que o homem se insere, o mundo, se de fato, nem sequer este entende a essencia plena do minucioso mundo dentro de nós, seres humanos.Como Da vinci diria, "O corpo humano é um mundo em miniatura!" Esse texto escrito por Ti evidencia a imensidão pequenina que nos corre as veias.E evidenciar algo tão lindo, tão intrínseco de tal forma toca-me fundo.Parabéns por esse texto conectante... L.K.

Anônimo disse...

devia ter te comido quando meus extintos pulsaram, devia ter feito tudo a força estaria preso e seu útero estaria cheio, te salvaria...

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