segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Abrindo os olhos

Nossos corpos parecem completos, cheios de informações e linguagens que muitas vezes não dominamos.
Ouvidos não possuem pálpebras, você não pode escolher entre não ouvir o que se passa ao redor.
Os olhos possuem toldos que piscam sem parar, parecem nos lembrar que temos a opção de fechar os olhos fundos e esquecer das imagens que nos complementam.
Olhar não significa ver, e às vezes, para enxergar, é preciso um certo olhar difuso, vago, afim de entender.
Muitas vezes escutamos o questionamento:
"Não é injusto um bebê nascer deficiente?"
A resposta sonda a ponta da minha língua com velocidade.
Injusto é o nosso olhar. Injusto é a gente pensar que o corpo é alguma grande evolução. A deficiência está nos nossos olhos, não em quem tem algum tipo de diferença superficial.
Deveriamos nos questionar a respeito da alma, das ações, do quão pequenos somos. Não deveriamos nos revoltar contra os Céus e dizer o quão triste é alguém não ser "perfeito" no externo.
Pior do que essa frase é aquela:
"Não é injusto uns nascerem pobres e outros não?"
Óbvio que é injusto, mas quem criou esse ninho de injustiças?
Quem fez parecer que ter certas matérias é um tipo de marketing pessoal?
Quais seres parecem acordar cada vez mais individualistas e pobres de espírito?
Nós.
Como eu sonho com o dia que todos nós conseguiremos entender que o corpo não é absolutamente nada quando temos um espírito para evoluir.
Não em outras vidas, particularmente não acredito nas mesmas. Acho isso tudo uma grande fuga para não viverem o aqui e o agora e mais uma das manias de encontrarem respostas para o que não possui.
Um profundo mergulho no interno faria cada um de nós conseguir compreender que no simples estão as grandes respostas da humanidade.
A chave do mundo está em um Menino Deus que nasceu para nos ensinar a multiplicar alegrias e dividir tristezas. Sentir o outro, exercitar a imaginação em se perceber o mesmo ser humano ao observar olhos tristes e sorrisos abertos.
É nos seus olhos que eu quero encontrar a minha própria alma, não importa quem seja ou o que faça.
Tudo o que eu quero é amar cada pessoa que nascer entre essa nossa gaiola de loucos.
Se cada um de nós quiser o mesmo, não será apenas fantasia a idéia de um mundo gostoso de acordar.
Todo ano vem com a opção de um novo nascimento.
Que esse novo ano que se aproxima possa nos fazer nascer novamente. Espero que amar cada ser humano que entrar e não entrar em nossas vidas como se fossem nós mesmos, seja o grande objetivo da humanidade. Mesmo dentro de um Sistema porco e plástico, eu acredito que cada alma que aproximar seu coração do Criador, conseguirá melhorar e muito essa humanidade especial e ao mesmo tempo decadente.
Aproveitem os últimos dias de dois mil e nove, mais um ano que não volta mais.

4 comentários:

Taw disse...

Nusssa!!! uau... como dá força ler um texto assim! Do início ao fim, que força desperta!

"Injusto é o nosso olhar"
É verdade... criamos todo um sistema, cheios de desvios injustos... o sistema, já nas suas premissas, traz injustiça: ex. competição. Considero meio hipócrita que ainda queiramos colocar a verdadeira justiça em toda essa vergonha. Nós é deveríamos ter primeiro nos colocar nela!

Mariana Amaral disse...

Lamentávelmente, tudo o que você escreveu é verdade. Seria perfeito se pudéssemos simplismente fechas os olhos e não ver o mundo vergonhoso em que vivemos!

Obrigada pelo "ser intenso", vou encarar com um elogio, aheuaheauhe
Passou de ano?!

bj.

Anônimo disse...

FODA

Anônimo disse...

Muito bom filha.

Nós criamos o feio e bonito, muitas vezes inventamos o certo e o errado e esquecemos que o certo vem direto do primeiro amor. Amor capaz de fazer um Deus se transformar em homem, viver no corpo de um homem e morrer pelo homem, tudo isso por amor ao homem.

Não consigo expressar a alegria que sinto vendo o tal menino transformar a sua vida.

Postar um comentário