sábado, 28 de novembro de 2009

Lanterna


Não há átomo no cosmo que, ao pressentir a passagem obscura, não fique tomado de espanto pelo pensamento submerso no sereno lunar.
Mais um manto negro aterrisa entre bravas nuvens claras. Enche as mãos de brasas acesas, e
espalha-as sobre a cidade. Sobre os prédios viventes, alí está a minha ímpar curiosidade.
Músicas que parecem sair para dançar começam a denunciar os meios de se existir dentro daquelas janelinhas tão pequenas. Músicas que anseiam. Músicas que afagam. Músicas que chicoteiam. Músicas que apagam. Pelas cortinas talvez existam corações infantis aos pulos, arranhões nos cotovelos da morena de vestido amarelo, sorriso exagerado em um desejo triste de um jornalista hipocondríaco. Uma nostalgia confusa no olhar da loira que acabou de fazer quarenta e nove anos. Quem sabe por alí brotem problemas que você muitas vezes poderia calar por ouvir. Quem sabe por ai não hajam mortes para evitar. Quem sabe logo aqui não existam vidas para afagar.
Ali, logo no asfalto. Vocês não estão vendo? não?
Eu mostro. Existe uma velhinha sentindo frio. Do outro lado na esquina, olha lá! basta olhar bem... existe um andarilho faminto, cheio de vontade de encontrar um lar. Será que todos nós não nascemos com a origem do bem?
Bem, na realidade não. Fiz dela o meu sobrenome assim que notei a escuridão que havia em mim antes de encontrar a Luz matinal.
Você já foi a um orfanato?
Você já foi a um asilo?
Se foi, será que alguma vez você já se importou em entrar com um sorriso e vontade de dar um abraço sincero?
Quantas pessoas sorririam se você quisesse dar o mínimo de . Ainda dá tempo do dia abrir amanhã.
Mas e o seu vizinho?! é, aquele mesmo que faz a maior barulheira. Será que um 'bom dia' menos falso e pessoal poderia acontecer as oito horas da manhã?
É certo que em algum lugar a bondade aflora solta e desavergonhada, prontificada para ser apenas o que é. Quando a multidão se indivualiza em secretos livres, posso ver pela janela o sol a pedir licença pra se pôr em tua figura, como única radiante razão aveludada.
Refém amontoada que sou de um passado que passa. Aguço o senso do sentir o outro, e basta.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Voe Livre


Acordei sentindo a sua falta. De alguma maneira, sinto que você está dentro de mim todos os dias. Só queria poder dizer que a maneira presente que a sua ausência se apresenta ainda dói. Eu sei que você está feliz, anjo. Só pode estar. Jamais deixarei de pensar em você.

Eu te amo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Entrelinhas



"Não é porque eu sujei a roupa bem agora que eu já estava saindo
Nem mesmo por que eu peguei o maior trânsito e acabei perdendo o cinema
Não é por que não acho o papel onde anotei o telefone que estou precisando
Nem mesmo o dedo que eu cortei abrindo a lata e ainda continua sangrando
Não é por que fui mal na prova de geometria e periga d'eu repetir de ano
Nem mesmo o meu carro que parou de madrugada só por falta de gasolina
Não é por que tá muito frio, não é por que tá muito calor
(...)
Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível
Não é por isso que eu não possa estar feliz, sorrindo e cantando. "

(Nando Reis - O mundo ficaria completo com você)





Marcar sempre foi o seu principal objetivo na vida. Sempre levou um lema embrulhado nas suas artérias. Paula percorria as esquinas de cada rosto com vontade de rabiscar uma lembrança ao seu teor. Todo o delinear de existência a encantava. Existia um prazer secreto em observar milhares de pessoas tão diferentes todos os dias. Parece que ela gosta de tentar adivinhar as histórias por trás daqueles semblantes corriqueiros. Imagina seus nomes, lembranças, olhares sobre a vida, pratos favoritos, cor das cortinas do quarto, datas de aniversário, prazeres ocultos, últimas doenças, gosto musical, pensamentos sobre o que estão observando, dentre mais um ninho rico de detalhes e informações sobre rostos que ela nunca nem sonhou em ver. Essa tal mania de querer fazer parte, sempre foi vertiginosamente insistente e até mesmo corrosiva. Sua timidez sempre demonstrou-se como uma grande pintura negra sobre a tela alva, capaz de paralisar instantes entre seus pensamentos mais correntes. Ela parecia captar uma visão sobre o mundo que mais ninguém poderia ter. Num rapto intuitivo aprendeu um jeito de mudar vidas sem precisar ser notada com uma arte peculiar que mais parece o seu meio de sobreviver dentro de si mesma: Escrevendo.
Paula irá revelar agora mesmo uma das sua secretas manias.
A escrita fazia Paula molhar os dedos dentro da sua alma irreverente, absorver cada palavra solta e presa aos seus devaneios. Pulava em abismos de sensações inexprimíveis e deitava sobre um campo de margaridas com a calmaria do vento. Com tudo o que nela havia de silencioso e inefável, sentiu que poderia mudar rumos por alterar rotinas em cortes sucessivos de planos conceituais. Como quase todas as escolhas nos oferecem cinqüenta por cento de chance de dar certo, Paula arriscava a mutável experiência do cotidiano em provocar risadas e reflexões sublinhadas em semblantes aleatórios por troco de nada além do seu prazer de tentar mudar histórias. Paula escreve em papeis por toda parte, deixa em mesas de shoppings, janelas de ônibus, cadeiras de hospitais, porta-copos de cinema, caixas postais, carrinhos de supermercado e até mesmo em lixos, mensagens para quem ler, ler por conta própria e auto-risco. O teor de cada uma dessas folhas está na originalidade do recente. Divulga pensamentos íntimos a respeito da vida, e implora para que as pessoas vivam mais, vivam melhor.
Quem lê pensa: Essa garota certamente deve ser perturbada, no mínimo carente.
Mas na verdade, há quem diga que ela é uma grande sonhadora. Sonha em abrir mentes, quebrar cadeias e confortar corações de todos os tipos e origens. Quem sabe até um dia consiga ser uma grande psicóloga. Tá, nem precisa ser grande. Mas se for uma psicóloga capaz de melhorar uma única vida, já terá sido o suficiente para que leve dentro do seu peito um grande afago interno. Paula ama a mente humana como quem é capaz de dedicar toda a sua vida a entendê-la, mesmo sabendo que jamais seria capaz de decifrar tantos sentimentos particulares e cargas genéticas.
Paula fechou a porta do seu quarto, por um momento resolveu mudar a própria vida.
Às vezes pega atalhos, toma banhos frios, mergulha, come outros pratos só para saber como teria sido.
Se ela pudesse dar um só conselho para cada pessoa que conhece seria:
Ame as entrelinhas, porque são delas que se sente falta, porque, no fundo, são elas que nos fazem apaixonar pela vida, que nos fascinam sem que tenhamos consciência disso.
Entrelinhas estas que baseiam-se em apenas ser uma caricatura inesperada para uma criança desconhecida, um sorriso a um mendigo, uma flor a uma velhinha cansada, um chocolate no bolso de uma senhora irritada, um assunto diferente no elevador, um elogio espontâneo, um abraço verdadeiro, um bom dia cheio de impacto expressando a real vontade de que a pessoa tenha um dia coberto por momentos amáveis.
As Entrelinhas podem mudar destinos. O cafézinho do taxista, a manchinha de pasta de dente na blusa, o corte novo de cabelo, a coleira apertada do cãozinho, a mosca no vidro do carro, o relógio parado da cozinha e uma palavra que seja, podem salvar vidas e alterar uma ordem mundial.

Quando Paula sente que faz bem para alguém, não importa o que ocorra. Ela sempre está em paz dentro de si mesma. Nem a maior tempestade pode fazer com que seus sonhos escorram entre os dedos. Ela tem força, dedicação e o principal: O amor.































segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Hoje no calendário futuro

Calendários sempre tiveram o poder de me assustar. Detesto marcar os dias com caneta, sinto-me contando a vida até o dia que uma janelinha ficar sem nenhum vestígio de cor, levando mais todos os pequenos quadrados numerados com uma marca de luto particular. Não arranco as páginas, ainda faço questão de olhar para elas forçando a memória para lembrar de cada dia.
Sempre guardei datas como quem guarda jóias valiosas. Não me perguntem o motivo, não saberia responder. Mas arrisco em comentar que deve ser para não me perder na minha própria natureza amante das memórias detalhadas. Quando começo a pensar nos fatos ao meu redor, certos lampejos dos mais derivados sentimentos misturam-se ao ponto de me fazerem perder o silêncio. Quando paro absorta em uma tempestade de desmotivações, observo o que é molhado por ela. Ali vejo uma margaridinha crescendo no cantinho do asfalto, um gatinho solitário olhando para um homem como se o reconhece-se, a aeromoça cansada sentada em um banquinho colorido da cafeteria, com um olhar nervoso por respingos do toldo estarem caindo sobre o seu ombro direito, janelas de todos os tipos de vida passando uma energia singular, um adolescente preocupado com o cabelo, o mendigo sorrir enquanto o cachorro malhado deita em seu colo, uma cega com uma rosa branca de cetim no cabelo amarelado como o seu labrador, uma mãe apertando os passos por causa do bebê do carrinho azul marinho, a hipponga ruiva do bairro procurando a chave em sua grande bolsa verde cheia de chaveiros grandes e chamativos, crianças com vestidinhos adultos, carros coloridos correndo rápido para os seus destinos. Paro, reflito, sonho e confirmo as motivações espontâneas que tomei num grito. Consigo encontrar cor até nas mais cinzas das metrópoles agora que o dia chama-se liberdade. Como é gostoso olhar a vida ao redor e identificar-se com os mais derivados tipos de ações urbanas. Muitas vezes abafados pelo sentimento engasgado de sentir a dor do próprio umbigo, não sentimos facilidade de fixar os olhos nos fatos e lembranças sobre as emoções que nos fazem bem para diminuir o caos interno. Nenhuma porta é fechada enquanto não houver uma janela aberta. Devo dizer que pela primeira vez pude ter certeza dessa frase. Aprendi que não adianta procurar a janela apoiando os braços sobre a mesa com olhos marejados. É preciso explorar o ambiente com os olhos famintos por intensidade. Posso sentir o manto verde da esperança e a mordida vermelha da motivação entrarem pelas cortinas abertas do meu quarto de garota, com uma única diferença : A própria diferença. Não por uma questão de 'profundidade filosófica', mas a singularidade desse momento é totalmente indescritível. Mas esperem os dias virem enquanto as noites vão embora, talvez possam me ver 'Descrevendo o indescritível'.
A volta do prazer de não ter que buscar esconderijo ao lembrar do tempo que sorria melhor pelo simples fato de já estar sorrindo o sorriso mais aberto de todos os verões cariocas:
A realidade futura será melhor do que todos os meus sonhos e lembranças no que depender da minha gritante e inefável vontade de viver livre e presa por vontade.
Agora o meu céu anuncia um azul convidativo, o qual a tempestade já lavou enquanto pintava um arco-íris vivo para me fazer lembrar de que a vida é surpreendente quase sempre.






Os olhos mudavam de cor ao suspirar. A felicidade era explícita, os momentos não tinham fim. Ela se sentia frente à frente aos seus sonhos mais impossíveis. O tempo parecia pausar junto com a sua respiração. Por trás dos olhos castanhos existiam sentimentos que devoravam sua capacidade de expressão. Seus mistérios se dissolviam na escuridão dos seus maiores medos. Ele sabia como a manter feliz. Já se fazia muito tempo que não surgia um sorriso confiável em seus lábios. A suave coloração pela face não a permitia um esconderijo. E quer saber? Ela não queria mais se esconder. Ela queria que o tempo não existisse. Ela só quer viver sem pausas agora que O conhece... Quando o sol penetrava na sua pele pálida, conseguia sentir um instante de volúpia. Ela tinha outro dia dentro da sua eternidade interna. Andava livre, leve e solta. Sorria sem mais nem menos. Ela amava viver. Ela ama.
Agora ela tem um motivo. E que motivo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Manhã carioca.





Ah, esses meus ponteiros...

Hoje acordei lembrando-me da gaveta que guardo minhas blusas preferidas. Junto a ela tenho caixinhas com mechas dos fios dourados do meu cabelo da infância, perfumes antigos em algodões e em frascos pequenos, conchinhas que achei em praias diferentes com seus respectivos nomes sobre a face funda, borrachinhas que nunca acabaram, páginas antigas de diários que abandonei com o tempo, velas de aniversário, posters especiais que já foram selados na porta dos armários que tive, entre um infinito de coisas que só possuem um significado para mim. Todas reúnem fatores que aguçam os meus sentidos mais singulares: lembram-me o mar, me enchem a vida de um odor mágico e de uma canção maravilhosa.

Poucas pessoas importam-se em guardar seu passado distante, pois eu faço questão. Guardo em fotos, filmagens, pensamentos, sentidos e até mesmo em gavetas.

De pronto soube, eu queria ter um dia bom, desses que eu gostaria de lembrar no futuro.

Mas como?! hoje é domingo, preciso fazer um trabalho para amanhã, está um calor de quarenta e muitos graus no Rio de Janeiro, meu cabelo está péssimo e não me encontro em um momento de alegria aparente. Cara, preciso falar do calor mais uma vez. Eu não estou suportando, acho que nunca passei por dias tão desesperadamente quentes. Não está humano, não está. Pronto, falei.

De qualquer maneira, eu tentaria ter um dia bom.

Sempre me liguei muito aos detalhes, as pequenas coisas que me faziam sorrir. Minha infância sempre foi um prato cheio para me arrancar sorrisos sinceros. Não foi diferente. Arrisquei-me a lembrar de coisas que jamais lembraria se não fosse forçar a memória, assim consegui.

Lembrei-me do rosto do velhinho que vendia algodão doce na porta do colégio que estudei aos cinco anos.

Lembrei-me da minha mania de apresentar bonecas novas as antigas bonecas do quarto.

Lembrei-me de estender os pés no tapete separando todos os dedos ao tomar meu picolé favorito: Limão.

Lembrei de observar a minha babá dormir e pensar "Tomara que amanhã ela queira brincar de esconde-esconde comigo."

Lembrei-me de passar as mãos na cortina e de sentir a textura lembrar a calça jeans do meu pai.

Lembrei-me de tomar banho tentando não molhar a parte do braço onde minha mãe havia deixado uma marquinha de batom bordô.

Lembrei-me de deitar na rede com um laser vermelho apontando para varandas alheias

Lembrei de passar o último olhar em todas as casas que tive que deixar e dar adeus aos meus amigos de estados diferentes com o rosto paralisado, como quem não aguenta mais não saber de onde é, para onde vai, com quem vai estar. Corria para chorar escondida, mas dois minutos depois eu corria para rir entre os outros.

Lembrei-me de não gostar da parte que cantavam "Com quem será?" nas minha festas infantis. Sempre inventavam um nome de garoto completamente sem sentido, pareciam saber junto comigo que a minha infância foi muito solitária nesse aspecto. Por isso respondia esboçando um sorriso triste observando a vela, louca para fazer um pedido novo.

Lembrei-me de fazer corrida de gotinhas no vidro do carro no dia que eu fui mordida por um cachorro e senti medo do meu rosto ficar deformado.

Sempre fui tímida, poucas pessoas sabem disso. O humor é uma forma de agredir, uma forma de mostrar que nem sempre você está pronto para falar de si mesmo. Com isso, faço questão de usa-lo todos os dias.

Só que hoje eu precisava como nunca de uma dose enorme de humor.

Resolvi molhar os pés na piscina, tomar banho cantando "Solta o Frango", desenhar uma margarida no box, quebrar a rotina secando-me com uma toalha, comprei uma escova de dentes nova, deitei na cama para fazer carinho na Samantha tentando encontrar desenhos no céu. Não bastou. Resolvi pensar no futuro e estranhamente ele me pareceu bom. Bastou dessa vez.

Sabem por que?

Porque eu não sei ser infeliz, nem mesmo quando tudo tenta me fazer estar.

Eu sou um exército de detalhes que nunca vão morrer por cair no esquecimento.

Mas o melhor de tudo é que os ponteiros do relógio estão correndo, dezembros chegam sem parar e a vida me apresentará muitas causas para sorrir. Muitas.

Que os novos detalhes me cheguem apurados aos sentidos e que os velhos sejam como tatuagens de grande porte pela alma.


Bom dia para vocês.

(Não sei por qual motivo escrevi esse texto.)


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um amigo chamado Henrique

A vida é feita de encontros em estradas incertas.
Ao longo da mesma, encontramos muitos sorrisos estampados, olhos tristonhos e personalidades diversas.
Quando encontramos um amigo como Henrique, o nosso coração transborda de ternura na vontade de expressar o quão especial para as nossas vidas e principalmente para o mundo ele é.
Ele sorri e chora a vida fazendo a diferença. Ele observa os detalhes que muitas vezes são deixados de lado em meio da correria do tempo. Ele cultiva palavras aveludadas capazes de nos acariciar internamente e movimentar uma intensa vontade de mudar a realidade junto com ele.
Antes mesmo do mundo ser mundo o seu coração já era conhecido. Sua alma já era uma pintura que seria personificada sobre a face da terra.
Henrique seria aquele que sentiria uma vontade pulsante e interminável de amar cada ser humano. Henrique com muita humildade tentaria espelhar-se no coração de Cristo ao amar o próximo do jeito que ele é, ao quebrar barreiras e cadeias existentes apenas nos nossos pensamentos, ao acolher o pobre de espírito, ao romper injustiças e paradigmas sociais com amor, dedicação e bondade.
Durante toda a minha existência eu esperei um amigo como o Henrique, mesmo em uma fase inicial do meu pequeno contato com ele, tenho certeza de que era por esse amigo que a minha vida andava a precisar.
Um amigo capaz de colher minhas ervas daninhas e plantar um imenso orquidário no que se chama pensamento.
Tenho certeza que muitos de nós (suas ovelhinhas), temos um orgulho incondicional de tê-lo em nossas vidas.
Uma vez você falou sobre um amigo muito especial para você: O Foca.
Completou dizendo o quanto você desejava dentro do seu coração que alguém lhe visse como você vê o Foca, como alguém que lembrava o próprio Jesus Cristo. A sua natureza comovente, intrigante e surpreendentemente adorável com toda certeza nos lembra Aquele que morreu por nós.
Você nos ensina a ter um contato íntimo e particular com Deus.
Você nos estimula a aprender sobre a natureza incomparável e inexplicável do Criador.
Você nos constrói corações humanos com fardo de paz e sede pelo bem.
Você nos trilha caminhos para a vida eterna que só Ele pode nos oferecer.
Você nos proporciona a alegria de vê-lo semanalmente.
Você nos surpreende com seu humor exótico, divertido, agradável e singular. (O qual confesso que me provoca muitas risadas.)
Você nos faz perceber no outro um coração igual ao nosso.
Você nos faz ter compaixão aos pequeninos ENORMES de Cristo.
Você nos mostra que somos tão minúsculos e dependentes com a leveza de sentirmos entre o adormecer e acordar que mesmo assim somos especiais para Ele.
Você nos cativa a ponto de querermos provocar seus sorrisos mais sinceros.
Você nos conforta ao sentirmos que temos um amigo de verdade, amigo este que não quero que a vida leve para longe.
Você nos transforma através Dele.
Continue sendo este anjo em forma de amigo.
Obrigada por tudo.

Lágrimas não são escuras


A solidão parece sempre nos soprar um segredo no íntimo: Não estamos sozinhos.
Estamos tão perto de ouvir uma voz no silêncio, algo que nos sussurre a nossa escolha pela a imortalidade. O coração secular diz como voltar a paz interna até nas tempestades que mais encharcam a nossa alma com uma substância pura: As lágrimas que ninguém vê.
Nossos olhos começam a nos compreender com gotas transparentes como cristais. Não, elas não são negras, nem possuem nenhuma cor vibrante como se não fossem sábias o suficiente para saber que você precisa de consolo. Elas por essência parecem nos acolher. As lágrimas confirmam no peito que alguém não só está secando a pureza cristalina como também está chorando com você.
Seus olhos ficam distantes. Sua mente parece escorrer lembranças curtas. Sua alma implora por calmaria imediata. Da sua boca só saem grunhidos afogados. E o seu peito? parece bombear toda a adrenalina desumana.
A infância chega aos nossos ombros e nos faz sentir o retorno da inocência na fraqueza dos nossos sentimentos particulares, tantas vezes puros e fortes.
Quem é essa menininha bancando a forte enquanto seus pés são tão pálidos que pode-se ver as veinhas azuis dando sinais claros de dependência?
Ele sabe. E não deixem-se enganar por sua aparente fraqueza. Esses pés possuem coragem entre os dedos e vão muito longe por perto de quem interessa: O Criador da sua essência livre.
Trocando passos com a solidão escutou no escuro a Liberdade que a lua a banhava e aquilo a bastou. Ali ela entendeu que Ele era como um Pai doce e sublime, que muitas vezes chorou com ela sem que pudesse o ouvir dizer: "Estou por perto, eu te compreendo. Eu te amo incondicionalmente, Paula."
Nada pode separa-lo dela.
Nunca.