segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Entre paredes


Trato a mente assim como meus ossos crescem.
Sei que não sou mais menina, mas tenho certeza que não sou mulher o tempo todo.
Observo minhas antigas mãos pequeninas e noto que já não são mais tão pequeninas assim.
Roupas que não cabem mais vestem meus rabiscos mais tardios.
Meu peito acorda uma canção de ninar tão noturna quanto os meus olhos aflitos.
Guardo em malas a minha vontade de voar, pois um dia precisarei das asas molhadas de chuva.
Solto ao vento cada objeto que me remete a lembrança das grades cor-de-grito.
Uma metamorfose apertada na cintura fina, repleta de botões que ligam meu passado ao presente com força uterina.
Cada noite vem com a possibilidade de não abrir o sol. Respeito como ninguém o adormecer e a glória de uma manhã que parece despencar mistério entre as janelas de cada parede.
Ah, como gosto dessa minha mania de ser quem eu sou.
Não que eu seja alguém interessante por demais, longe disso. Algo me faz sorrir quando percebo que se eu não fosse eu, seria um estranho. Alguém que jamais veria a vida com os meus olhos. Poderia ser feliz com menos ou mais facilidade, mas a verdade revela que almas não entram em histórias erradas. Gosto mesmo é dos obstáculos que me fazem crescer.
Arrisque sorrir.

2 comentários:

Anônimo disse...

Já estava sentindo falta de seus textos.E olha que você prometeu que não iria sumir :\

;*
Thaís C.

Taw disse...

"Gosto mesmo é dos obstáculos que me fazem crescer."

hehehe... eu também! e como! E como! xD

Postar um comentário