domingo, 30 de agosto de 2009

O mundo além de mim.


Quando eu era criança gostava de observar prédios durante horas. Sentava e observava as janelas. Quem aparecia para pendurar roupas, falar ao telefone na varanda, observar o céu...
Confesso que preferia as portas e janelas fechadas. Gostava de imaginar a história por trás elas. Que tipos de pessoas moravam ali, o que gostavam de fazer em tardes de tédio.
É interessante demais o fluxo que faz as pessoas serem tão diferentes, levarem vidas tão diferentes em um lugar igual. A mente humana sempre me interessou muito, a vida sempre me pareceu um filme interessante. Desses que a gente pode ver, mas não tocar. Eu a assisto passar, analiso os variados modos de observa-la. Porém não pense você que eu não mordo a vida com vontade, mordo sim. Gosto de marcar, de ser especial para alguém. Especial de um jeito curto e bom, cheio de impacto mas fácil de ir embora, como uma lembrança em uma manhã de domingo. Nem que esse alguém apenas me assista passando pela janela do meu quarto, ou escute o som dos meus discos fluírem através dela. Gosto de me sentir presente. A força está no momento presente.
Hoje passei boa parte da manhã pensando sobre o quão egoísta muitas vezes somos ao amarmos as pessoas. Amamos quem pode nos oferecer características que apreciamos. Um bom senso de humor, sinceridade, beleza, dons e outros destes. Senti vontade de amar todas as pessoas. Das mais complexas as mais simples. Eu quero amar os extremos. Nós precisamos amar as pessoas pelo o que são e não pelo que de bom elas tem a nos oferecer. Somos vítimas de vítimas. Não escolhemos nossos pais, nem o jeito deles nos criarem, e nem nossos pais escolheram os pais deles. Gostaria de ter todo tipo de gente perto de mim, até as que todos julgam como erradas antes de observarem o próprio umbigo. Essa diversidade me encanta de um jeito incrível. O olhar humano é apaixonante, quase conseguimos ver criancinhas indefesas presas a um corpo adulto.
Eu sou uma eterna apaixonada pelos diferentes modos de viver nesse mundo místico de espaço tão curto, tão paranormal e inexplicável. Seria tão mais fácil se o amor fosse simples e comum entre os homens. Veja bem, não me refiro a posse, afeição, paixão, nada disso. Refiro-me ao amor, a real vontade de fazer alguém feliz. Outra coisa que me passou a cabeça: Afinal, que vício é esse?! que moda louca é essa de vender para o mundo que temos necessidade de sermos felizes a todo custo. A felicidade para mim é como uma festa de poucos minutos. Mas isso não significa que não possamos buscar o equilíbrio e termos paz espiritual. A felicidade está nas coisas simples da vida, no que não se vê. Mesmo assim é um tema amplo que para cada ser existente apresenta-se de um jeito diferente.
Quando cansamos de pensar e algo fica a nível consciente, chegamos a um lugar que felizmente não tem volta: A conclusão. Quantas tarefas inacabadas você tem pra concluir? No mínimo já deve ter a resposta na ponta da língua. E agora eu te pergunto: O que é você? Talvez falaria sobre suas características, sentimentos e erros. Diria que sua mãe engravidou do seu pai em uma barraca de acampamento ou sei lá onde e sobre infinitas histórias do seu passado. Tanã, aí está você. Lendo t-u-d-i-n-h-o. Você surgiu sem mais nem menos, deixará de surgir sem menos nem mais. Olha-se no espelho todas as manhãs e pensa que o que vê é o reflexo mais comum do mundo. Nós nos acostumamos com o que somos e em como o mundo funciona. Infelizmente a maioria de nós não acredita naquela famosa frase "Quer mudar o mundo? comece por você", mas ela é mais real do que pensamos. Lembra uma frase de Che Guevara que tenho paixão. "Podem arrancar uma flor, muitas flores, mas não deterão a chegada da primavera." Se cada pessoinha tivesse em mente o quão importante é se perceber no outro. Sentir a dor do outro, rir da alegria do outro... nossa! acredito que um pouco do paraíso estaria entre nós. Sabe, sem querer dar uma de bordão da Globo, experimente isso. Talvez não mude o mundo inteiro, mas as pessoas certamente terão amor por você. Nem que seja sorrindo para as pessoas na rua, dê um pouco de você. Vamos provar para nós mesmos que não somos tão egoístas.
Gente, eu juro que não estou tentando bancar o livro de auto ajuda ambulante. A mensagem aqui é simples: Aprimore-se como ser humano.
Ela já está mudando, o amor a faz mudar.
Os olhos mudavam de cor ao suspirar. A felicidade era explícita, os momentos não tinham fim. Ela se sentia frente à frente aos seus sonhos mais impossíveis. O tempo parecia pausar junto com a sua respiração. Por trás dos olhos negros, existiam sentimentos que devoravam sua capacidade de expressão. Seus mistérios se dissolviam na escuridão dos seus maiores medos. Ele sabia como a manter feliz. Já se fazia muito tempo que não surgia um sorriso confiável em seus lábios. A suave coloração pela face não a permitia um esconderijo. E quer saber? Ela não queria mais se esconder. Ela queria que o tempo não existisse. Ela só quer viver sem pausas, agora que o conhece... Quando o sol penetrava na sua pele pálida, conseguia sentir um instante de volúpia em existir. Ela tinha outro dia, dentro da sua eternidade interna. Sorrindo sem mais nem menos, ela quer amar a vida cada vez mais. E quer amar você, do jeito que você é.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Liberdade.







terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sobre meu velho vício de sonhar.


Fechar os olhos parece-me louco, denso e devastador. Penso, desejo, fujo, conspiro, corro, existo e morro num só grito. Meus sonhos precisavam de uma dose de acesso a lucidez, não é que eu não acredite na força dos meus sonhos é que a realidade sempre andou pesando muito aos meus passos incertos. Há almas que gelam perante a futura possibilidade do impossível e simplesmente sofrem por antecipação, assim, sem querer. Aprendi a ter menos medo de tudo que faço, sinto, penso, digo e sou. Cada passo é o caminho de uma nova viagem. Um dia desses li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. A nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques. Quando nascemos, ao embarcarmos nesse misterioso ambiente, que simplesmente nos leva para todos os cantos a partir do momento que abrimos os olhos ao mundo e estamos fora do ventre das nossas mães. Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade, há uma deliciosa criatura chamada adolescer. Nasci para ser uma das incógnitas da vida. Estou sempre tentando dar sentido ao sem sentido, falando do impronunciável, sentindo o que apenas eu posso sentir. Não sou criança, não sou mulher. Não sou nada, mas sou o meu tudo. Gostaria de ler pensamentos, pra saber o que as pessoas pensam, quais suas aflições e também saber se habito seus pensamentos em alguma parte do dia, assim como habitam os meus. Quando fecho as cortinas do meu quarto alaranjado, eu escuto os meus pensamentos guiarem-me para longe de mim, apenas por um momento, sinto que alí não sou mais eu. Parece que de repente deparo-me com a menina dos meus olhos sem cor definida e desgoverno-me em delírios, sussuros, devaneios e nostalgia de um futuro bom. Como pode-se sentir saudade de um tempo que nunca nos fitou os pés?
Não saberia responder, mas quando fecho os olhos nada aplica-se a normalidade das coisas vivientes, alí eu abro os braços e crio asas. Tenho passado, presente e futuro em um só sorriso noturno. Parece que não, mas eu sei dos perigos. Lá onde o inconsciente explode sem disfarces, conspirou-me em perfeito segredo, para dar voz a minha loucura, abrindo-me traumas infantis e imagens violetas. Se um trauma tivesse uma cor, ela seria o vermelho. O vermelho estava a nível consciente, predominando todas as emoções que me parecem possíveis. A dualidade da consciência fez-me relaxar trancando meus medos em uma gaveta bem empoeirada bem longe das percepções.
O Pensamento é extremamente intrigante, só você sabe o que pensa. Não é incrível? é uma corrente tão livre que as vezes sinto-me boba de rir os meus próprios comentários. Não suporto ter uma só mente para pensar na vida, queria ser uma multidão, talvez fosse menos atordoada. Sua voz é como um carma em sí mesmo, fala, fala, fala... sem que seja preciso sair um único som. Sempre disse que quem não gosta de estar dentro de sí é porque de alguma maneira tem razão de não estar. Mesmo que em alguns momentos eu tenha vontade de fugir da mesmisse de ter que pensar demais, dentro dessa mesma mente feminina (ou talvez não tão feminina assim) eu gosto de ser a pessoa que eu me tornei. É estranho imaginar que você é um conjunto de pensamentos, nada mais. Tudo o que você é, é decorrente do modo que você pensa e do que diziam para você na infância, na formação do Ego. Sonho e pensamento não são opostos, mas sempre precisam estar juntos. Para não pensar nisso, tenho fixado-me de modo irrevogável em um sonho distante aos meus pés e íntimo ao meu coração irracional.
Chame-o de liberdade.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Os dias estão passando



Respire, viva, sonhe, mude, transforme, seja, escreva, tenha filhos, dance, corte o cabelo, troque de roupa, tome sorvete, compre perfumes, pule na cama, cante no banho, vá para onde tem vontade de ir, faça planos e os desfaça sem medo, provoque uma gargalhada, pise na areia fria, observe uma tempestade, conte estrelas, tenha um número favorito, ame os outros, faça o bem, sorria, seja intensamente feliz.

Aguarde um momomento, faça silêncio somente nesse instante. Olhe para o céu, sinta o vento passar entre seus poros e movimentar suavemente os seus fios de cabelo.
Toque a sua pele, sinta que você é real.
Você sente medo, frio, nostalgia, fome, dor, felicidade, agonia, saudade, tédio e todos os sentimentos que nos foram destinados. Você tem paladar, sente o gosto amargo da vida com os olhos, as vezes o gostinho doce de um sorriso de criança, muitas vezes o ácido do medo da morte. Somos todos frutos de um motivo que não nos revela ao olharmos no espelho.

Os anos estão passando cada vez mais rápido, é possível que consigamos lembrar de três natais como se estivessem passado por nós como o ontem. Andamos pelas ruas, observamos rostos gastos, vemos nossos documentos desbotarem, fios brancos, rugas, fotografias que nos atiram em uma pergunta constante: "O que estou fazendo aqui?" Respire fundo, escute a sua respiração. Agora pense um pouco sobre a sua existência.
Já olhou por alguns minutos o olhar de um bebê e a expressão final de alguém que já se foi?
Nossos dias são histórias que são diluidas pelo tempo. Marque, seja diferente. Nascemos completamente diferentes, sem língua, roupas, problemas, estereótipos e regras. Como morremos?
Iguais aos todos os outros. Não sei suportar a normalidade, nem a languidez da vida medíocre.
Não é possível que tantos de nós não percebamos que algo de muito paranormal nos rodeia. Que a vida é um mistério nú e frio, mas que as vezes apresenta grandes respostas a quem a questiona.

Por que a temperatura do vento?

Por que o cheiro das flores?

Por que o céu azul?

Por que o sabor das frutas?

Por que a cor dos pássaros?

Por que o barulho do mar?

Por que o brilho nos olhos dos cachorros?

Por que o nado bonitinhos dos peixes?

Porque os bebês formam-se dentro de ventres?

Porque o barulho do coração?


Alguma existência superior gosta de ver o nosso sorriso.
Possuímos almas tão duais, que mal sabemos o quanto somos especiais por algum motivo que não nos é revelado. Arrisque e conheça o desenhista e autor da vida, das pessoas que amamos, aquele que muitas vezes deixamos de lado e apenas apreciamos as obras, como quem troca os conteúdos dos livros por capas bonitas e chamativas. Ele poderia ter desenhado o mundo sem graça e cinza, mas não, fez tudo para te surpreender ao sair do silêncio de um útero materno. Poucos de nós são absortos, soltos, loucos, sem rédeas.
Sou uma alma atormentada que teme ao comum. Pessoas nascem e morrem sem nos deixar sinal de porquê. Nossas digitais são únicas, somos todos iguais e ao mesmo tempo completamente diferentes de tudo, só mudamos de corpo, de espaço, de história, de herança. Já parou para pensar que quantidade não é nada perto da qualidade quando nos referimos aos sentimentos? Casamos com apenas uma pessoa. Milhões de pessoas morrem por dia, mas quantas realmente fazem falta? nos tiram o apetite, a vontade, a alma, os dias?
Isso faz-me lembrar esse surto que a mídia tem quando um ídolo morre e a indiferença que tratam as notícias diárias sobre milhares de pessoas que morrem por doenças graves e injustiças.
E se você morresse hoje, teria realmente sido a pessoa que gostaria de ter sido?
Reinvente-se, acorde mais cedo e assista o nascer do sol , faça caminhos diferentes, altere o cardápio do café da manhã , emocione-se, diga para as pessoas que ama o quanto são especiais, deixe bilhetes apaixonados pela casa, escute música alta, faça uma tatuagem, por um só dia seja como nasceu, diferente, único, singular.





Surpreenda a si mesmo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

The new song in the air

Ela recorda tempos perdidos como se olhasse através de uma janela empoeirada. O passado era algo que ele podia ver mas não tocar, e tudo o que vê está turvo e indistinto.
Quando ela abre a janela, percebe que pode ver tudo alí de cima, consegue enxergar cada detalhe vivo, novo, intocado, a esperando como uma festa surpresa. Tudo ao redor passa a ter um novo tom, um novo ar, uma nova vida dentro do mesmo corpo de menina. Aquilo que fere, rasga, mata, queima a fazia um efeito bom. Que hoje se tornou sem poesia, sem cor, sem tato, sem a mesma melope... Ela pode sentir o vento gélido guiar sua pele em direção de toda surrealidade existente. Sem pausa, sem minutos, sem horas, sem instantes... Ela não irá evitar sentimentos, suas alegrias, suas mágoas, suas fragilidades, suas emoções que já não emocionam mais no seu teatro interno podem diluir sem aplausos, agora chegou o momento das novas. Ela irá sentir o beijo da vida nos seus lábios, o toque dos dias no seus pulmões e a vida dos seus novos planos implanejáveis alí mesmo, diante da palidez dos seus pés pequenos. Ela queria mais do que planos, ela queria sair por aí sem ter que voltar da onde veio, queria queimar por dentro, queria câmera, luz e ação! Sem pausas, sem fim, sem cortes, sem começos, sem caminho, ela só queria seguir. Paula passa a ter: primavera, verão, outono e inverno em um só suspiro.
Ela queria querer. Quando surpreendentemente começa a ouvir uma música de frequência interminável se expandir entre as suas entranhas.
Ela queria viver para sempre.

She's alive again.
A sorte é que o mar sempre passa para apagar todos os rastros, pegadas em vão para lugar nenhum, nomes que são apenas letras vazias e qualquer coisa que seja qualquer. Sempre terá espaços em branco para fazer o que te faz feliz. O que for bom guarde bem guardado, o mar não leva embora.

Universo Interior.

Existem dias que não sabemos como lidar com palavra "Existir", mas mesmo dentro das piores desmotivações precisamos prestar um pouco mais de atenção no que nos motiva ,para que acordar não seja a díficil arte de abrir os olhos quando se quer fechar até tudo melhorar. Toda experiência se torna válida, mesmo quando você não quer que seja, uma hora a vida vai fazer você enxergar que realmente serviu para algo. Tudo é muito claro, muito curto, a vida é capaz de nos fazer feliz quando queremos sentir a felicidade que ela nos proporciona e eu tenho procurado por ela em tantos rostos que estou esquecendo do que se tem dentro de mim. Viver é muito mais que qualquer pergunta interna, existir é um milagre, mesmo que as vezes não saibamos bem o que estamos fazendo por aqui, vamos aprendendo como ser um pouco melhor e um pouco pior. Assim se ganha o prazer a ser quem você é, sentir o que você sente, ter o que você tem...

Só precisamos fazer com que viver também seja a coisa que mais nos faça ter prazer todos os dias, qualquer situação possui saída, quando não está aos nossos olhos é porque possui uma entrada a uma nova situação. Existir e viver não são tão opostos,
mas sempre precisam estar juntos.